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domingo, 2 de junho de 2013

Começou o "Woodstock da Biologia Evolutiva": III World Summit on Evolution

Começou ontem – 01 de junho -  o congresso conhecido como o “Woodstock da Biologia Evolutiva”, no Centro de Convenções Charles Darwin, em Puerto Baquerizo Moreno, na Ilha de San Cristóbal, uma das Ilhas Galápagos, no Equador. 

Depois da abertura de ontem, com o lançamento do Centro Lynn Margulis de Biologia Evolutiva da Universidade São Francisco de Quito, por seu diretor, o bioquímico mexicano Antonio Lazcano, tivemos o início das conferências. O programa completo pode ser encontrado em um buscador com o título da conferência, e eu manterei minha promessa de não colocar links nos posts, pelo menos enquanto não conseguir impedir a colocação de links falsos e virulentos. Portanto, não clique em nenhum link que eventualmente aparecer deste post. Busque por palavras chave, que aparecem destacadas, redigitando-as em seu buscador preferido.

No primeiro bloco de conferências teve destaque a apresentação de Guilhermo Paz-y-Minho-C, da Universidade de Massachusetts em Dartmouth, que trabalha com Avelina Espinosa, da Universidade Roger Williams em Rhode Island. Cientistas equatorianos radicados nos Estados Unidos, com uma impecável dicção do inglês, o prof. Guilhermo apresentou as mais recentes publicações de seu grupo, que podem sem encontradas em seu site, que tem um boletim Evolutionary Literacy. Os estudos de seu grupo mostram que existe uma correlação fortemente positiva entre nível de instrução e conhecimento da teoria evolutiva e da natureza da ciência.


Mario de Pinna, do Museu de Zoologia da USP e pesquisador do EDEVO-Darwin, apresentou uma cronologia das maneiras pelas quais homologias foram definidas antes do conceito de sinapomorfia. Ao apresentar uma sucessão de uma sucessão de papers, publicados principalmente na revista Cladistics, ele defendeu a ideia de que o conceito de homologia, mesmo se originário de um contexto pré-evolutivo, não deveria deixar de ser utilizado. As propostas mais modernas de árvores genealógicas sem raiz, que definem  conexões entre entidades, sem considerar a escala do tempo, que se prestam muito a modelagem computacional, embora cumpram uma importante função, não substituem a ideia de sinapomorfias como homologias. Sua conclusão é a de que é perfeitamente defensável a proposta da Associação Americana de Professores de Ciências que defende a ideia de que os termos homologia e sinapomorfia são equivalentes.


Logo em seguida, Maria Isabel Landim, também do Museu de Zoologia da USP e pesquisador do EDEVO-Darwin, apresentou um panorama das narrativas museológicas sobre evolução, tanto no tempo como no espaço. Sua pesquisa atual envolve seis museus, nos Estados Unidos, França, Inglaterra, Áustria, Rússia e Brasil, mapeando conceitos-chave nas diversas exposições.

O período da tarde teve início com a conferência da Prêmio Nobel Ada Yonath, do Weizmann Institute de Revohot, Israel, que abordou o tema da origem da atividade enzimática das proteínas e de como isso esteve ligado à definição de uma estrutura básica dos ribossomos, que permanece incrivelmente conservada nos mais diferentes seres vivos. Ao final, mostrou três tipos de atuação de antibióticos, bloqueando a atuação dos ribossomos bacterianos e como os mecanismos de desenvolvimento de resistência a eles envolvem mutações de ponto relativamente simples e, portanto, com grande probabilidade de ocorrer.

A noite teremos uma reunião aberta do Centro Lynn Margulis na qual o Núcleo de Pesquisa em Educação, Divulgação e Epistemologia da Evolução da USP estará representado, buscando estabelecer parcerias para projetos futuros.

Como a conexão é precária aqui em Galápagos, carregar fotos vai ser difícil e vai ficar para depois, ok?  Mas antes haverei de mandar mais notícias desse “Woodstock da Biologia Evolutiva”


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